Introdução

Antes de escrever sobre Engenharia de Produção, Engenharia de Processos, Engenharia de Qualidade, a relação entre as três áreas e ainda como as aplicamos na área de tecnologia (desenvolvimento de sistemas) escreverei aqui um pouco sobre os motivos que me levaram a escrever a respeito (ou seja, “escrever sobre os motivos de escrever”).

Estabelecer uma relação entre Engenharia de Produção, Processos e Qualidade não deve ser – penso eu – algo difícil aos profissionais que atuam nessas áreas. E aplicar essas disciplinas na área de tecnologia – com ou sem adaptações – também não. Porém, a falta de ouvir a respeito (sobre a correlação entre as engenharias e a origem de algumas ferramentas) e por observar tentativas de resolverem os problemas em uma área sem considerar a outra fizeram-me pensar se a ligação entre elas era visível (e clara) a tantas pessoas quanto imagino deveriam ser. E a dúvida relacionada a esse pensamento me incomoda. Então, por conta desse incômodo, resolvi escrever a respeito – desenhando quando necessário.

Minha intenção é publicar neste site textos seguindo algum encadeamento lógico; por conta disso, o início mais apropriado considero ser o “alinhamento” de alguns termos e definições – além de ilustrar a relação entre os temas de modo superficial (o aprofundamento ocorrerá no decorrer da publicação dos textos).

Definindo os termos

Iniciando por breves definições simples:

1. Engenharia: (1) Ciência, técnica e arte da construção de obras de grande porte, mediante a aplicação de princípios matemáticos e das ciências físicas. (2) Aplicação de métodos científicos ou empíricos à utilização dos recursos da natureza em benefício do ser humano;
2. Qualidade: (1) Conjunto de características contidas em algo e que o possibilitam ao menos atender às especificações e expectativas de quem os consome. (2) A soma dos esforços de toda a organização, com objetivo de satisfazer o cliente.

E agora, algumas definições compostas:

1. Engenharia de Produção: “Compete à Engenharia de Produção projetar, implantar, operar, melhorar e manter sistemas produtivos integrados de bens e serviços envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compete-lhe ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas recorrendo a conhecimentos da matemática, física e ciências sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia.” (baseado nas definições do International Institute of Industrial Engineering – IIIE);
2. Engenharia de Processos: derivada da engenharia de produção e empregada nos mais diversos setores, tem por finalidade gerir e mapear os processos de negócio, identificando pontos de melhoria e redesenhando os processos com foco na melhoria contínua (mais eficiência, qualidade, melhor experiência do cliente e redução de custos);
3. Engenharia de Qualidade: conjunto de metodologias, processos e princípios que auxiliam uma organização a melhorar seus processos de negócios, visando alcançar um certo nível de qualidade para seus produtos ou serviços.

Relacionando as engenharias

Tomando como ponto de partida a Engenharia de Produção (não que isso signifique ser ela a primeira das engenharias), as atribuições citadas (“prever”, “projetar”, “manter”, “avaliar” e “melhorar”) naturalmente levam a perguntas a serem respondidas pela própria engenharia (“como prever?”, “como projetar?”, “como manter?”, “como avaliar?” e “como melhorar?”).

Porém, com o passar do tempo – seja esse tempo “a micro-história de uma organização” ou “a macro-história da humanidade” – por vezes as “velhas respostas às velhas perguntas” deixam de atender completa ou adequadamente as necessidades (de uma organização ou da área como um todo) e mais aprofundamento, novas abordagens ou mesmo novas respostas à eventuais novas perguntas são necessárias. E, nesse momento, acionam-se os gatilhos para o desenvolvimento de alguma especialização (aprofundamento em uma área já estabelecida), para o surgimento de uma nova área (a exemplo da Engenharia de Processos, que seria fruto da própria Engenharia de Produção) ou para o envolvimento de outras áreas (por exemplo, quando uma organização com “um departamento de qualidade” cria “um departamento de processos” – ou o contrário).

E da mesma forma que a Engenharia Civil – só pra citar outra engenharia – mostra-se indispensável à construção ‘do galpão onde a Engenharia de Produção evidencia seu papel’ (considerando o “micro” da organização), a Engenharia de Processos – derivada da Engenharia de Produção – passa a fornecer à Engenharia de Produção (também no “macro”) novas respostas, abordagens e ferramentas que tornam possível o desenvolvimento das atividades de uma organização de modo mais eficiente.

Para entender ainda mais como estas disciplinas se encontram, quando se sobrepõem ou aprofundam umas às outras acompanhe os ‘escritos’ publicados aqui (aliás, ao menos para uma dessas áreas encontramos não apenas escritos, mas ‘manuscritos’ sobre o tema).

E sobre a área de tecnologia – como encontramos ou aplicamos as outras engenharias dentro dela – escreverei mais à diante.

Para saber mais, entre em contato.